A Huawei lançou oficialmente o sistema operacional HarmonyOS para seus celulares, tablets e wearables. Apesar de ser um sistema independente, o software ainda traz vestígios do Android. Mas a empresa pretende abandonar a solução do Google em breve, com a estreia do HarmonyOS Next.
A decisão tende a dar fim a um dos últimos vínculos entre a empresa e o Google. O sistema da Huawei começou a ganhar vida em 2020. Mas não demorou muito para as aproximações entre o Android e o HarmonyOS aparecerem.
Na época, o XDA-Developers e o ArsTechnica publicaram análises a fundo de uma versão beta do sistema. Em ambos os casos, os relatórios apresentaram sinais de que a companhia utilizou o Android como base para desenvolver o software. Além disso, era possível utilizar arquivos APK para instalar apps no celular.
Mas este cenário vai mudar com a chegada do Harmony Next.
HarmonyOS Next deve ser liberada pela Huawei aos desenvolvedores em breve (Imagem: Divulgação)
Segundo destacou o Huawei Central, o desenvolvimento do HarmonyOS Next caminhou consideravelmente nos últimos meses. O site indica que o sistema vai deixar de lado as bibliotecas do Android. Dessa forma, espera-se que o software seja liberado ao desenvolvedores em 2024 com um núcleo próprio, sem depender de terceiros.
Outro sinal parte do South China Morning Post. O periódico do sudeste asiático informou que grandes empresas de tecnologia da China, como o JD.com, NetEase e Meituan, estão procurando desenvolvedores para o sistema. A reportagem também informa que o software da Huawei vai abandonar o suporte a apps para Android.
Cabe ressaltar que esta não é a única empresa que criou um sistema operacional próprio. Em outubro, a Xiaomi apresentou o HyperOS para substituir a MIUI e levar mais conectividade e integração aos produtos da marca. Apesar da mudança, o software manteve o Android em sua base, permitindo a instalação de apps via APK.
Huawei P30 Pro. (Imagem: Unsplash)
O Android é o principal sistema operacional móvel do mundo. Segundo o StatCounter, sete em cada dez celulares do mundo utilizavam o software. O resultado é similar na China, que abriga grandes fabricantes globais, como a Xiaomi, OnePlus, Oppo e Lenovo.
Mas o Google pode encarar um grande rival no país asiático: a Huawei. Graças ao Huawei Mate 60, a marca chinesa passou a liderar o mercado de smartphones na China. Um desempenho importante, considerando que a empresa já foi a maior do mundo antes de ser sancionada pelo governo dos Estados Unidos, em 2019.
Resta saber os planos da companhia para fora da China. Especialmente ao considerar que a marca chinesa mantém a venda de celulares na Europa e em outras regiões. Enquanto isso, as empresas do Ocidente focam no desenvolvimento de aplicativos apenas para Android e para iPhone (iOS).
Jornalista especializado em tecnologia e carioca da gema. Já passou pelas redações do iHelp BR, Olhar Digital, Tecnoblog e TechTudo. É fã de música, cultura nerd e cinema. Nas horas vagas, está lendo, programando ou tocando baixo.